“O que importa é a comunicação emocional”, defende palhaço canadense que trata de idosos

A arte da palhaçaria pode ser uma forma de terapia para pessoas idosas com doença mental? Para o canadense Olivier-Hugues Terreault, a resposta é sim. No último dia 5 de novembro, em palestra na capital mineira, Terreault, conhecido como palhaço Marc Antoine, explicou um pouco sobre seu projeto de visita a asilos. “Crio um laço com os pacientes, dou a sensação de ser um membro da família. Não me preocupo se os idosos não falam direito, o que importa é a comunicação emocional. Eles têm muito amor para dar, e eu para receber”, comenta.

“Eles têm muito amor para dar, e eu para receber”, afirma palhaço Marc Antoine / Foto: Arquivo pessoal

Em sua palestra, o palhaço contou que iniciou uma pesquisa no Canadá em mais de 100 instituições que cuidam de idosos com doença mental, após coletar os dados relevantes, o ator começou a utilizar uma técnica de palhaços terapeutas que visitam os lares carentes com roupas de época. A palestra de Terreault foi promovida pelo projeto Drops Uniclown, de Belo Horizonte.

Segundo o ator, foi um choque visitar a primeira instituição de idosos com problemas mentais na cidade de Montreal no Canadá, pois antes ele trabalhava apenas com crianças hospitalizadas. “Quando iniciamos o projeto com idosos, uma senhora que sofria de depressão e não saia do quarto nos surpreendeu quando começamos a cantar e ela nos acompanhou. Neste momento descobrimos que a idosa tinha sido cantora de Jazz na juventude”, conta.

Quando se mudou para o Rio de Janeiro, em 2012, Olivier- Hugues Terreault trouxe o projeto para o país. Com o projeto Uma Bela Visita, o ator realiza apresentações junto com a atriz Flavia Marcos em instituições carentes brasileiras.